quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ação que acabou com morte de refém em Gravataí não foi planejada, admite chefe de polícia

Ranolfo Vieira Júnior pediu desculpas à sociedade gaúcha pelo trágico desfecho

Ao investigar um sequestro de dois moradores do Paraná mantidos em cárcere privado no Rio Grande do Sul, a polícia paranaense deflagrou na quarta-feira um episódio trágico que resultou na morte do sargento da Brigada Militar Ariel da Silva, 40 anos, e do refém Lírio Persch, 50 anos. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Ranolfo Vieira Júnior, afirmou que a operação começou de maneira errada na madrugada e admitiu que as polícias agiram sem planejamento.

Segundo o delegado, equipes da Polícia Civil gaúcha chegaram no início da tarde a Gravataí, para buscar o cativeiro em que eram mantidos os dois reféns. No início da ação, os agentes se depararam com uma viatura da BM, que também trabalhava com o mesmo objetivo. Durante a troca de informações entre as duas forças policiais, o carro com os reféns saiu de uma garagem próxima.

— Não houve uma ação planejada, foi uma ação abrupta — conclui o delegado.

Ranolfo garante que vai apurar o caso através do Conselho Superior dos Chefes de Polícia, o qual preside, e pede desculpas à sociedade gaúcha pelo trágico desfecho. Ele desfia críticas ao modo como a ação foi executada pela polícia paranaense e classifica o ato como "irresponsável", ao não comunicar a polícia gaúcha:

— Policiais civis de outra unidade da federação entram em um território armados e iniciam uma diligência, uma ação policial, e não comunicam a autoridade local. A partir daí, a sucessão dos episódios é lamentável.

O chefe de polícia afirmou que o agente que atirou contra o sargento assumiu a autoria dos disparos à polícia. Ele teve as armas apreendidas para a realização das perícias e teve a prisão decretada junto com os outros dois colegas.

Os sequestradores — dois gaúchos e um paranaense — foram presos. De acordo com o delegado, eles eram considerados de "extrema periculosidade" e possuíam antecedentes criminais. O exame de balística forense apontará de qual arma partiu o projétil que matou o refém.

(ZH)