Dia desses, ao conversar online com um colega Advogado Eleitoralista que atua na Capital, confessou ele que, em outras palavras, quando não obtém êxito nos processos eleitorais que atua, é criticado como se tivesse “culpa” da improcedência da ação, mesmo não tendo o desígnio de julgar, competência exclusiva do Juiz, e não do Advogado.
Chegando a um consenso, entendemos que essa atitude ocorre em virtude de os processos judiciais eleitorais envolverem política, políticos, partidos políticos e tudo o que vem junto a esses personagens, como poder, vaidades, entre outros. E quando alguém perde, sempre tentam achar um culpado, por envolver as questões acima comentadas. Não rara às vezes, culpam o profissional. É sintomático.
Entretanto, todos têm que ter em mente que a Advocacia é uma profissão de meio, e não de fim. Não podemos garantir ao cidadão a certeza do êxito, por estar fora do nosso alcance, pois não termos o desígnio de julgar. Garantimos, sim, a postulação e a luta incessante por seu direito e a sua verdade.
Ao final do caso, os Advogados devem esquecer as derrotas, as vitórias, críticas e elogios, mesmo apaixonados pela Advocacia, sabedores de ser ela uma luta de paixões. As vitórias são tão passageiras quanto às derrotas, curial a quem milita até mesmo em outras profissões de meio, como a medicina. Nem sempre o Médico consegue salvar o seu paciente. Nem sempre o Advogado consegue salvar o seu cliente.
O importante é o respeito à pessoa, o amor pela profissão e o esmero na busca em obter o melhor resultado. Esse deve ser o leading case (regra) da Advocacia.
(Artigo escrito para o jornal Pampa Regional, publicado em 09 de novembro de 2009)