segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Dois pesos, duas medidas

É impressionante como desde sexta-feira falam muito do inquérito policial que envolve o Advogado de Passo Fundo por suposto esquema criminoso. Sim, ainda suposto. Estamos em sede de mero inquérito policial, expediente administrativo, sem contraditório e ampla defesa e sem decisão de um juiz de Direito.

Mas alguns setores da imprensa gaúcha já tratam quase como "caso encerrado", condenando sumariamente o profissional sem direito a qualquer defesa, prestando um desserviço para a comunidade ao fazer crer que o mero apontamento de alguém em um inquérito policial ou a decretação de prisão cautelar é sinônimo de culpa e condenação.

Em contrapartida, o Promotor de Justiça Ricardo Lozza, lotado em Santa Maria, firmou um acordo (em TAC) com os proprietários da boate Kiss meses antes da tragédia e não teve o cuidado de inspecionar a espuma do teto nem as grades de contenção, ou mandar algum subalterno fazer isso. A mim é tão culpado pela tragédia como qualquer outro autor, co-autor ou partícipe. E o que aconteceu com ele? Nada! O MP-RS não autorizou a abertura de inquérito muito menos o TJ-RS. A imprensa pouco relatou o caso e não se ouve mais nada, recaindo toda a culpa nos integrantes da banda e nos proprietários.