terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Exame da OAB e o ensino jurídico

O Exame de Ordem não é elitista: é necessário e deveria ser aplicado por outros conselhos de classe. Não é a toa que na "Rádio Corredor" santiaguense corre a notícia de que um médico recém-formado teria perfurado um rim de um oficial da Brigada Militar durante uma cirurgia, afora outros tantos casos em relação a erros crassos de profissionais de diversas áreas, e que geram consequências catastróficas.

Por que o medo do Exame? Estudem, bachareis! E por que não vejo nenhum bacharel dolente reclamando dos concursos públicos? Quem sabe agora derroca-se a prova para a magistratura, defensorias públicas, delegado de Polícia, promotor de Justiça. Que tal: egresso da Universidade em Janeiro, e em Março já está atuando como promotor federal em algum lugar do País. Fica bom assim, promotores do MPF do Ceará? Creio que não.

Outro fato que me ocorre é a questão dos cursos de Direito do País, e reporto-me a Universidade em Santiago (URI). Leio e ouço muitos que “malham” o Exame da OAB elogiando e convocando profissionais servidores/funcionários públicos para dar aulas.

Então eu pergunto: se a formação acadêmica será somente através de aulas com escrivães, oficiais de Justiça, delegados, promotores, magistrados, etc, que naturalmente passam a visão jurídica com base no ofício diário, como estes acadêmicos irão passar no Exame de Ordem, para advogar, sendo que o Exame (diga-se questões, na aplicação da prova) é todo voltado para a carreira de Advogado, na visão única do exercício advocatício? Ou seja, é sintomático e ao mesmo tempo antagônico os reclames de alguns bachareis.

Em um curso de Direito deve-se ter professores de (se possível) várias áreas de atuação profissional. Só assim haverá equidade no ensino jurídico e na preparação para concursos públicos e Exame da OAB.

Assim, no dia 02 de fevereiro saberemos o que ocorrerá com o Exame. Sinceramente, acho que o STF confirma a sua constitucionalidade. E após isso, torço para que outros conselhos de classe sejam compelidos a aplicar a mesma prova, selecionando o mercado e por conseguinte o profissional que intercederá pela vida e o patrimônio do cidadão brasileiro.