quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Audiência pública sobre pesca dourado no RS*

O deputado Ernani Polo (PP) defendeu, na manhã desta quinta-feira (26), durante audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, a definição de regras que mantenham a pesca no Rio Grande do Sul de forma sustentável. Neste sentido, os proponentes da audiência, deputados Ernani e Frederico Antunes (PP), assinaram requerimento para a criação de subcomissão no Legislativo gaúcho que trate da pesca profissional, artesanal e esportiva no Estado. Os parlamentares sugeriram também a construção de um regramento em conjunto com o Ministério da Pesca de forma que limite a atividade mas permita que pescadores ribeirinhos continuem trabalhando, mesmo com restrições.

O grande entrave que cerca o debate é situação dos pescadores ribeirinhos, que dependem da atividade para sobreviver e não podem ficar desassistidos e a preservação da fauna gaúcha, que implica na atual proibição da pesca do dourado e surubim no RS, desde 2002, mas liberada em estados e países vizinhos. O decreto nº 41672/02, que regula as espécies em questão, prevê uma revisão de dois em dois anos, mas está defasado há mais de 10.

O encontro contou com a presença da presidente da Fundação Zoobotânica, Arlete Pasqualotto, que apresentou dados do estudo realizado sobre fauna. Segundo ela, a pesquisa foi muito ampla e detectou que o dourado precisa ser preservado: “no rio Uruguai, esta espécie praticamente não existe, se a pesca predatória for liberada, certamente o peixe será extinto”, alertou. Pasqualotto se comprometeu a aprofundar as pesquisas, especificamente no que tange ao dourado e completou: “a preservação é um compromisso com a natureza”.

O Secretário Estadual do Meio Ambiente, Neio Lúcio Pereira, reconheceu a necessidade de preservação do dourado, mas ponderou: “precisamos saber quantas famílias dependem da atividade, elas não podem ser penalizadas pela proibição”. Pereira ressaltou que a secretaria está rediscutindo com brigada militar a fiscalização ambiental visando aumentar o rigor. O secretário falou também que a construção de barragens no rio Uruguai, penalizou o sistema: “não há como intervir no meio natural sem pagar um preço. Neste caso é o desequilíbrio da fauna local”, argumentou.


O secretário adjunto do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ronaldo Franco, chamou a atenção para os 22 mil pescadores artesanais presentes no Estado: “Há necessidade de buscar alternativas que consigam aliar a questão da sobrevivência dessas pessoas com o turismo”, destacou. Também esteve em evidência a pesca esportiva, que, segundo o profissional Sandro Diel, movimenta anualmente U$ 45 bilhões nos EUA e, na Argentina, possui regramento que limita a atividade a profissionais. “É preciso rever a legislação, o município de Porto Xavier, que é referência em pesca esportiva, tem regramentos claros e fiscalização rigorosa”, explicou Diel.

(Assessoria do Dep. Ernani Polo, enviado por e-mail)