Em um momento da história brasileira em que políticos honestos são peças de museu, Chicão Gorski era um “Van Gogh” dos homens públicos.
Não era o mais simpático de todos, para os que não o conheciam. Realmente, tinha um semblante fechado e cara de desconfiado.
No entanto, era um homem probo. Muito probo. Conduziu Santiago com maestria. Aprendeu a abraçar o rico e o pobre. Muito mais o pobre. Aliás, morreu pobre. Grande coisa. Danem-se os estereótipos “riquinhos”, mas que não passam de uns grandes babacas. Aprendi com meu pai, Ribeiro, a respeitar e abraçar a todos, desmedidamente, – e não somente em anos eleitorais, como muitas figuras gostam de fazer. E quem não me vê assim é porque realmente não me conhece.
Chicão também era assim. Ouvi vários relatos sobre ele durante o seu velório. O que mais me chamou a atenção – mas que não me surpreendeu – foi de um assessor seu. Contou-me ele que há uns vinte dias atrás ligou para o Chicão às nove e meia da manhã de um domingo, convidando-o para almoçar em sua casa (o bom e sagrado churrasco de domingo). Chicão disse que não iria. Indagado por que, respondeu que estava naquele momento na vila Ana Bonato jogando bocha com seus amigos moradores de lá, e que iria ficar para almoçar com eles. Para quem não sabe, a Ana Bonato é uma vila de pessoas trabalhadoras mas muito humildes, em Santiago.
Chicão não agradou a todos pelo seu jeito pessoal, às vezes turrão (ora, nem Jesus agradou a todos!). Mas deslumbrou a todos com seu senso humanista e populista (no melhor sentido da expressão). Trabalhador nós já sabíamos que ele era desde quando vice-prefeito e depois prefeito de Santiago. Mas aguerrido pela região como ele foi nestes onze meses de mandato como deputado estadual, deixou muita gente de boca aberta.
Perdemos, enfim, um grande companheiro progressista. Perdemos um amigo. Um lutador. Um sonhador. Um político honesto.
Enganam-se aqueles que pensam que o Partido Progressista está enfraquecido em virtude da perda do Chicão. Enganam-se e muito. A nossa força será demonstrada em 2012 e novamente em 2014, quando teremos certamente um deputado estadual progressista por Santiago e região.
Confesso que andava decepcionado desde 2009 com a política interiorana, mais precisamente aonde mantenho domicílio eleitoral, e estava vendo as coisas ocorrerem apenas de longe. Mas a perda do Chicão fez renascer um senso político muito grande, e um gosto pela política maior ainda. Provou que o Brasil pode, sim, ter homens públicos comprometidos com a coisa pública. Precisa-se urgentemente de homens parecidos com o Chicão, honestos e trabalhadores, pensantes no coletivo mui antes do particular. Por isso volto a defender cogentemente meus ideais e a "minha" bandeira azul e vermelha. É hora de nos unirmos.
E tenham certeza de que muitos cerrarão os dentes à partir de agora, assim como eu, para dar continuidade à história.
Até isso, deputado Chicão, tu conseguiu fazer.
Muito obrigado.
Vamos à luta.
(Foto: jornal Expresso Ilustrado)
Não era o mais simpático de todos, para os que não o conheciam. Realmente, tinha um semblante fechado e cara de desconfiado.
No entanto, era um homem probo. Muito probo. Conduziu Santiago com maestria. Aprendeu a abraçar o rico e o pobre. Muito mais o pobre. Aliás, morreu pobre. Grande coisa. Danem-se os estereótipos “riquinhos”, mas que não passam de uns grandes babacas. Aprendi com meu pai, Ribeiro, a respeitar e abraçar a todos, desmedidamente, – e não somente em anos eleitorais, como muitas figuras gostam de fazer. E quem não me vê assim é porque realmente não me conhece.
Chicão também era assim. Ouvi vários relatos sobre ele durante o seu velório. O que mais me chamou a atenção – mas que não me surpreendeu – foi de um assessor seu. Contou-me ele que há uns vinte dias atrás ligou para o Chicão às nove e meia da manhã de um domingo, convidando-o para almoçar em sua casa (o bom e sagrado churrasco de domingo). Chicão disse que não iria. Indagado por que, respondeu que estava naquele momento na vila Ana Bonato jogando bocha com seus amigos moradores de lá, e que iria ficar para almoçar com eles. Para quem não sabe, a Ana Bonato é uma vila de pessoas trabalhadoras mas muito humildes, em Santiago.
Chicão não agradou a todos pelo seu jeito pessoal, às vezes turrão (ora, nem Jesus agradou a todos!). Mas deslumbrou a todos com seu senso humanista e populista (no melhor sentido da expressão). Trabalhador nós já sabíamos que ele era desde quando vice-prefeito e depois prefeito de Santiago. Mas aguerrido pela região como ele foi nestes onze meses de mandato como deputado estadual, deixou muita gente de boca aberta.
Perdemos, enfim, um grande companheiro progressista. Perdemos um amigo. Um lutador. Um sonhador. Um político honesto.
Enganam-se aqueles que pensam que o Partido Progressista está enfraquecido em virtude da perda do Chicão. Enganam-se e muito. A nossa força será demonstrada em 2012 e novamente em 2014, quando teremos certamente um deputado estadual progressista por Santiago e região.
Confesso que andava decepcionado desde 2009 com a política interiorana, mais precisamente aonde mantenho domicílio eleitoral, e estava vendo as coisas ocorrerem apenas de longe. Mas a perda do Chicão fez renascer um senso político muito grande, e um gosto pela política maior ainda. Provou que o Brasil pode, sim, ter homens públicos comprometidos com a coisa pública. Precisa-se urgentemente de homens parecidos com o Chicão, honestos e trabalhadores, pensantes no coletivo mui antes do particular. Por isso volto a defender cogentemente meus ideais e a "minha" bandeira azul e vermelha. É hora de nos unirmos.
E tenham certeza de que muitos cerrarão os dentes à partir de agora, assim como eu, para dar continuidade à história.
Até isso, deputado Chicão, tu conseguiu fazer.
Muito obrigado.
Vamos à luta.
(Foto: jornal Expresso Ilustrado)