segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ex-beatle Paul McCartney estremece o Beira-Rio em show histórico

Por Felipe Silveira

Foram quase três horas de um show que pode ser considerado o maior da história da capital gaúcha. Com realização da DC Set Promoções, Grupo RBS e apoio do Sport Club Internacional, o Beira-Rio recebeu Sir James Paul McCartney e sua banda no primeiro show no Brasil da turnê 'Up and coming', que traz no repertório os melhores momentos da carreira do roqueiro, além de, é claro, muitos sucessos dos Beatles. A casa da Maior e Melhor Torcida do Gigante mergulhou em uma atmosfera única de euforia e veneração ao ex-integrande desta que foi uma das maiores bandas de todos os tempos. Destaque para a maré vermelha e branca que tomou conta das arquibancadas, já que os sócios do clube colorado tiveram prioridade na compra de ingressos.

Rock genuíno

Como bom britânico, Paul foi pontual no início da aguardada apresentação em Porto Alegre. Com o estádio lotado em todos os setores - gramado, anel inferior e superior (apenas o espaço localizado atrás do megapalco não recebeu público) ficaram totalmente preenchidos -, o astro tocou os primeiros acordes da música Venus and Mars Rockshow por volta das 21h06 deste antológico dia 7 de novembro. Foi a senha para o Gigante vir abaixo em uma celebração deste gênero musical que encanta diversas gerações. O moderno conjunto de luz e som montado no lado correspondente à goleira do Gigantinho tornou o espetáculo ainda mais impactante para o público que desde muito cedo formou gigantescas filas no entorno do Beira-Rio.

O gauchês de Paul

Já no começo do show, McCartney foi muito simpático e estabeleceu uma comunicação direta com os espectadores. Dizendo frases como "Mas, bah, tchê!”, “Tri legal” e “Ah, eu sou gaúcho”", o músico caiu nas graças da massa, que gritava seu nome com entusiasmo. O clima de êxtase aumentava a cada nova música interpretada. E apenas sucessos formaram o set list cuidadosamente compilado.

O melhor dos Beatles

Os arranjos e as performances dos competentes músicos foram fidedignos às composições originais dos Beatles. Prova disso foram as execuções de clássicos como All my Loving, Paperback Writer, Let it Be e muitos outros. Também não faltaram homenagens aos ex-companheiros Jonh Lennon e George Harrison em canções como Here Today e Something.

Um dos pontos altos da perfeita noite de primavera foi quando fogos de artifício foram detonados na parte superior do palco ao som de Live and Let Die. O Beira-Rio balançou com a vigorosa interpretação que teve o multinstrumentista McCartney tocando piano. Ato contínuo, Hey Jude encerrou a primeira parte do espetáculo, para delírio dos beatlemaníacos.

Apresentação histórica

Mas muito ainda estava por vir. Após interagir em português com o público, Paul detonou a eletrizante Day Tripper em alto e bom som. Pérolas do rock como Get Back e Yesterday foram tocadas na sequência. Nos instantes finais, o músico de 68 anos empunhou bandeiras do Brasil e da Grã-Bretanha antes de convidar duas fãs para subir ao palco. As jovens pediram para o astro autografar seus braços sob a promessa de que a assinatura viraria uma tatuagem. E ele o fez para comoção das garotas.

O ponto final da inesquecível noite ficou por conta da execução de Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band. Entre gritos de 'Vamo, Vamo Inter!" - afinal, o território era notoriamente colorado -, a multidão deixou o Gigante com a sensação de que havia testemunhado um acontecimento histórico. E de fato foi. A terra do Campeão de Tudo agora também entrou no circuito dos grandes acontecimentos da música mundial.


(internacional.com.br)