segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O debate da RedeTV! e a segunda campanha eleitoral

Ontem, 17, a RedeTV! foi palco de mais um debate entre os presidenciáveis Serra e Dilma.

De frente a frente, um olhando nos olhos do outro, o debate foi apenas mais um capítulo do que muitos já viram, e o que outros não vêem porque não querem: a experiência política e eleitoral de Serra é de sobremaneira imponente sobre o bojo eleitoral da candidata Dilma.

Acuada em um “canto escuro” do plenário, Dilma insistia em temas eleitoreiros e requentados como privatizações e governo FHC.

Ríspida e aparentemente perdida em suas concatenações de ideias, a protegida de Lula demonstra que a falta de experiência política, e um passado açodado em fatos espúrios (guerrilha, sequestros, prisões, etc) pesam – e muito – na disputa do cargo em voga.

Dia desses, assistindo o horário eleitoral, deparei-me com a seguinte pérola no programa de Dilma: (narrador) “O governo de Lula e Dilma...”. Como assim? “Governo de Lula e Dilma”? Ela era vice do “homem” e eu não sabia? Isso denota que muitos votos de Dilma foram exercidos no primeiro turno em virtude dessas pérolas, da ligação burlesca entre Lula e Dilma, mesmo que ela não tenha sido candidata nem a presidenta do conselho de pais e alunos da escola da sua filha.

Muitos acreditaram e votaram, esquecendo que o governo Lula termina dia 31 de dezembro, e dali em diante será o de Serra ou Dilma, e não mais do homem do axioma célebre “nunca antes na história deste país...”.

José Serra, no debate de ontem, mostrou mais calma que no debate da Band, no dia 10. Limpou menos a garganta, em sinal de confiança, e sorriu mais. Defendeu-se de acusações matreiras e ressaltou – com louvor – que o debate era o momento para demonstração de ideias e projetos para a melhoria do País, e não para divagações entre Deus e o diabo, o certo e o errado, ou acusações e elogios.

Cientistas políticos consideraram que ele foi o melhor no debate. Me alio a opinião dos experts.

E com Marina Silva deixando que os seus eleitores e filiados do PV escolham livremente entre Serra e Dilma, já com bons olhos na obtenção de cargos em ambos os governos, vejo que Serra "está vivo" neste pleito, e poderá vencer o segundo turno com diferença, talvez, de 1% a 5%. Pouca mas provável diferença. A não ser, claro, que outras "Erenices" apareçam no apagar das luzes, para aumentar a diferença no resultado das eleições.

Resta dizer que esta campanha eleitoral, guerreada no voto a voto, trouxe o passado a cabresto, relembrando o ano de 1989, na disputa entre Lula e Collor, o qual este último vencedor no segundo turno.

Acusações, ironias, ressentimentos e rispidez marcam o tom do pleito segundo, o qual já na reta final, pois dia 31 está logo aí, e o Brasil terá conhecimento do seu próximo presente, no voto de mais de 150 milhões de eleitores.